Coletivo denuncia desligamentos de alunos com deficiência em CAPEs de Salvador
Mais de 70 crianças e jovens foram desligados das unidades
O coletivo de pais e Pessoas com Deficiência (PCDs) Inclusão realizou um ato público cobrando providências para “cessar o cerceamento de direitos dos alunos com deficiência” nos Centros de Apoio Pedagógico Especializado (CAPE) de Salvador e do interior da Bahia.
Uma das organizadoras do ato e representante do coletivo, Fátima Miranda, explicou que os desligamentos dos estudantes das unidades aconteceram por meio de ligação. Ao todo, mais de 70 crianças e jovens foram desligados dos centros para o próximo ano letivo.
“Um dos argumentos usados é que o CAPE/CEEBA não tinha condição de atender alunos com limitações mais severas, como de mobilidade dentre outras, por falta de profissionais capacitados”, disse Miranda, em comunicado.
Em conversa com o Sou da Bahia, Fátima afirmou que o processo já tramita no Ministério Público da Bahia (MP-BA), após audiência pública na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).
O ato público foi realizado na última terça-feira, 19, em frente ao CAPE Bahia, localizado no bairro de Ondina.
“Estranhamos o fato de que a direção não tenha dado nenhum documento assinado aos pais e responsáveis pelos alunos, informando essa decisão de negação e cancelamento de matrículas, ao passo que, apenas convidaram os pais por telefone e só comunicaram a decisão presencialmente em reunião. O Estado tem o dever de garantir educação inclusiva e de qualidade para todos, independentemente de deficiência ou condição”, disse Fátima.
Para justificar a medida, a diretora Sidenise Estrelado e o vice-diretor Neemias Fraga do CAPE-BAHIA de Ondina – antigo CEEBA, alegam que falta recursos suficientes para garantir a merenda escolar, material de higiene e limpeza para todos os alunos.
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