China ordena remoção de Blued e Finka, apps LGBTQIAPN+

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China ordena remoção de Blued e Finka, apps LGBTQIAPN+
Foto: Paulo Pinto/ Agência Brasil

Usuários de aplicativos de relacionamento voltados para o público LGBTQIAPN+ foram surpreendidos nos últimos dias com a remoção dos apps Blued e Finka das principais lojas virtuais na China. A ação atende a uma determinação da Administração do Ciberespaço da China (CAC), intensificando o contexto de censura digital no país asiático e gerando forte reação entre ativistas e defensores dos direitos da comunidade.

Determinação governamental leva ao desaparecimento dos aplicativos

O desaparecimento dos aplicativos, que pertencem ao mesmo grupo e têm sede em Hong Kong, foi sentido pelos internautas chineses no final de semana que antecedeu a confirmação oficial. A Apple, por meio de um porta-voz, informou que, na última terça-feira, 11, as autoridades chinesas determinaram a remoção dos aplicativos de sua loja.

“Após uma ordem da Administração do Ciberespaço da China (CAC), removemos esses dois aplicativos apenas da loja chinesa”, afirmou o representante da empresa. Em nota, a Apple destacou que “respeita as leis dos países em que opera“.

A solicitação das autoridades locais foi atendida tanto pela App Store, da Apple, quanto pela Play Store, do Google, resultando na exclusão dos aplicativos das plataformas digitais chinesas.

Usuários Relatam Bloqueios e Versão Reduzida Permanece

Embora as versões completas do Blued e Finka tenham sido retiradas das lojas, alguns usuários relataram nas redes sociais que os aplicativos ainda funcionavam normalmente nos aparelhos onde já estavam instalados antes da remoção.

Houve ainda o registro de que uma versão reduzida do Blued permaneceu disponível temporariamente na App Store chinesa, dando indícios da dificuldade em implementar o bloqueio de forma total e imediata.

Histórico de Censura e Reação de Ativistas

A medida do governo chinês não é inédita. Em 2022, o Grindr, um dos aplicativos de relacionamento mais utilizados por homens gays globalmente, também foi retirado das lojas digitais na China após uma decisão similar da CAC.

A nova remoção gerou forte repúdio na comunidade LGBTQIAPN+ local e entre ativistas. O advogado Zhao Hu, que atua em casos ligados à causa, classificou a medida como “inesperada” e criticou a ausência de “qualquer explicação oficial” para a decisão.

Já Hu Zhijun, cofundador da organização PFLAG China, que defende os direitos da comunidade, criticou a ação, argumentando que os aplicativos eram ferramentas importantes que ajudavam homens gays a “ter uma vida mais estável e a encontrar parceiros para relações íntimas”. Segundo o ativista, tais iniciativas “deveriam ser vistas como algo positivo, uma iniciativa socialmente benéfica”.

Repressão se Intensifica sob o Governo de Xi Jinping

A Administração do Ciberespaço da China (CAC), órgão que regula a internet no país, havia anunciado em setembro uma campanha de dois meses para investigar plataformas que fossem acusadas de promover “uma visão negativa da vida”.

Ativistas apontam que a repressão à comunidade LGBTQIAPN+ tem se intensificado nos últimos anos sob o governo de Xi Jinping. São frequentes o cancelamento de eventos, a censura de publicações e o bloqueio de conteúdos ligados ao tema. O casamento homoafetivo permanece ilegal no país, e qualquer forma de visibilidade pública da comunidade enfrenta crescentes restrições por parte das autoridades.

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