Chikungunya surge pela primeira vez em Long Island

Um caso raro e alarmante de chikungunya foi registrado em Long Island, no norte dos Estados Unidos. A paciente, uma mulher de 60 anos, apresentou febre alta, dores articulares intensas e erupções na pele — sintomas clássicos da doença viral transmitida por mosquitos, geralmente restrita a regiões tropicais.

Autoridades de saúde confirmaram que a paciente não havia viajado recentemente, indicando transmissão local, algo inédito na região. Este é o primeiro registro de chikungunya originário em Long Island, despertando atenção sobre o avanço de doenças tropicais em áreas de clima frio.

Mudanças climáticas e mosquitos adaptáveis
Especialistas afirmam que o aumento das temperaturas globais, somado à mobilidade internacional e à capacidade de adaptação dos mosquitos, favorece a disseminação de doenças como dengue, zika e chikungunya para regiões antes consideradas seguras.

A infectologista Larissa Tiberto explica que fatores como a presença dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, alterações climáticas sazonais e baixa imunidade da população local são determinantes para a transmissão. “Invernos mais quentes e chuvas irregulares criam ambientes ideais para a reprodução dos mosquitos, mesmo em cidades temperadas”, afirmou ao Metrópoles.

Comportamento humano aumenta o risco
Aumentos no armazenamento de água, entulhos e pneus sem destinação correta, além do uso insuficiente de repelentes, ampliam o risco de disseminação. Segundo o infectologista Marcelo Daher, o problema é global: França e Alemanha já registraram casos locais de dengue e zika em 2025.

Vírus e vetores mais resistentes
O aquecimento global não apenas favorece os mosquitos, mas também altera o comportamento dos vírus. Temperaturas e umidade elevadas reduzem o período de incubação do vírus nos mosquitos, enquanto mutações recentes no vírus da chikungunya aumentaram sua transmissão pelo Aedes albopictus, resistente ao frio.

Prevenção é essencial
Especialistas reforçam que a prevenção é a melhor defesa: eliminar criadouros de água, usar repelentes, instalar telas e ficar atento a sintomas como febre alta e dores articulares súbitas. Em áreas com recomendação, a vacinação deve ser considerada.

O caso em Long Island evidencia que o mapa das doenças tropicais está mudando, com regiões temperadas tornando-se vulneráveis à chikungunya. O alerta é claro: mudanças climáticas e mosquitos adaptáveis estão tornando o que antes era “tropical” uma preocupação global.