Chikungunya em crianças: Estudo revela sequelas graves e alerta para riscos ocultos

Pesquisa da Fiocruz mostra que chikungunya pode causar dores crônicas e sequelas em crianças e adolescentes, mesmo após casos leves ou assintomáticos

Brasil
Chikungunya em crianças: Estudo revela sequelas graves e alerta para riscos ocultos
Foto: Muhammad Mahdi Karim/ Wikimedia Commons

Um novo estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) traz à tona dados preocupantes sobre os efeitos da chikungunya em crianças e adolescentes. A pesquisa, realizada durante quatro anos no município de Simões Filho (BA), acompanhou 348 participantes entre 2 e 17 anos e revelou que a maioria das infecções é sintomática — e, pior, pode deixar sequelas como dores crônicas nas articulações.

A chikungunya, doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, é geralmente conhecida por causar febre alta e fortes dores articulares em adultos. No entanto, os impactos em crianças ainda são pouco compreendidos. O estudo da Fiocruz muda esse cenário ao mostrar que a população pediátrica também está vulnerável a formas graves da infecção.

Coordenado pela pesquisadora Viviane Boaventura, da Fiocruz Bahia, o estudo analisou amostras de sangue por meio de RT-PCR, sorologia (Elisa) e testes de neutralização viral, detectando infecções, presença de anticorpos e sintomas crônicos. Os dados são parte de um ensaio clínico da vacina Butantan-Dengue.

Resultados Preocupantes

Entre os 311 participantes que completaram o acompanhamento:

  • 17% testaram positivo para chikungunya
  • 9,4% foram assintomáticos
  • 12% dos infectados desenvolveram artralgia crônica
  • A soroconversão (resposta imunológica detectável) foi de 84%

Ou seja, mesmo sem sintomas, algumas crianças desenvolveram sequelas como dores persistentes nas articulações, que chegaram a comprometer atividades diárias simples.

Exposição Baixa, Risco Alto

Apesar de surtos locais durante o período do estudo, apenas 20% dos participantes foram expostos ao vírus, o que levanta um alerta: a população infantil ainda é altamente suscetível à chikungunya. Isso reforça a necessidade de ações preventivas urgentes, como campanhas de combate ao mosquito e vacinação.

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