CBF reúne elite da arbitragem nacional em testes físicos da FIFA

A Comissão de Arbitragem da CBF (CA-CBF) reuniu nesta semana a elite da arbitragem nacional para participar do teste físico anual da FIFA. De terça a quinta-feira (22 a 24), 37 árbitros e assistentes do quadro FIFA e mais 19 convidados estiveram reunidos no Rio de Janeiro para, além dos exames, participar de treinamentos teóricos. A CBF enviará para a FIFA até o fim do ano o nome dos 37 profissionais que manterão ou receberão o escudo.

Diferente do que ocorreu nos últimos anos, em que a CBF organizava a semana de testes físicos da FIFA para que as federações a que os árbitros fossem filiados os realizasse, em 2025 a CA-CBF promoveu um evento de integração para os 37 árbitros e assistentes que já compõem o quadro e 19 que pleiteiam o almejado escudo FIFA no uniforme.

A programação de três dias permitiu que o grupo iniciasse a programação com instruções na terça-feira e tivesse um dia de descanso antes dos testes, agendados para a quarta-feira à noite. Com todos realizando os testes no mesmo horário e com o mesmo clima, o processo se torna mais isonômico.

“Proporcionamos conforto, organização e planejamento para que eles tenham a melhor performance para manter ou pleitear o escudo, no caso dos convidados. Isso faz toda a diferença, porque a temperatura é igual para todos, a pista de atletismo é a mesma, a preparação, a chegada. Com isso nós damos direito de igualdade para todos”, disse o presidente da CA-CBF, Rodrigo Cintra.

O teste físico exigido pela FIFA é dividido em duas partes: na primeira os árbitros precisam correr seis tiros de 40 metros em um tempo abaixo de 6 segundos. Em seguida, precisam fazer 40 tiros de 100 metros consecutivos, sendo 75 correndo e 25 caminhando.

No primeiro pelotão, participaram os árbitros homens do quadro FIFA, como Wilton Pereira Sampaio, Anderson Daronco, Matheus Candançan, entre outros. Após concluir sua tarefa, Candançan assistia o teste do árbitro Paulo Cesar Zanovelli e dos assistentes Nailton Junior de Sousa e Luanderson Lima, trio escalado para o Mundial da categoria Sub-20.

Como os assistentes fariam o teste em dupla e o árbitro sozinho, Candançan demonstrou a união da equipe de arbitragem ao se oferecer para acompanhar o colega, repetindo a rotina de exercícios. “É mais um treino para nós. É claro que não fazemos nesse formato, mas os treinos que nós realizamos dão bagagem para o jogo. Você estando preparado para o jogo, o teste nada mais é que algo protocolar, que a gente está acostumado a fazer”, disse Candançan, da Federação Paulista de Futebol (FPF).

Por manterem um treinamento de alto rendimento no dia a dia, o teste não é visto como de alta complexidade para os árbitros da elite – do ponto de vista físico. O foco então vai para a preparação mental. A Assistente CBF Patrícia Nascimento, árbitra assistente da Federação Bahiana de Futebol (FBF), recebeu o convite para os testes com 12 dias de antecedência, o que elimina qualquer possibilidade de uma preparação específica.

“Moro na mesma cidade que (os árbitros) Bruno Vasconcelos e Emerson Souza, e nos preparamos juntos. Não sou FIFA, mas me comporto assim: treino como se fosse FIFA, me alimento como se fosse FIFA, estudo como se fosse FIFA. Então desde o ano passado venho intensificando esta preparação para estar pronta para quando surgisse a oportunidade”, disse.

“Entendo que o universo não difere o que é real e o que não é. E quando você trabalha na mente, você coloca que você está vivendo algo, você vive. Então, vivendo, treinando, me comportando como isso, vindo para os treinamentos, respondendo de forma correta nas designações da CBF nos jogos, uma hora ia acontecer”, disse a assistente.