Bruno Reis descarta cachês milionários e comenta shows internacionais em Salvador

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), afirmou neste sábado (27) que a Prefeitura não pretende utilizar recursos públicos para bancar cachês milionários de atrações internacionais na capital baiana. A declaração foi dada durante entrevista coletiva na primeira noite do Festival Virada Salvador, realizado na Arena O Canto da Cidade, na Boca do Rio.

Ao comentar o exemplo do show de Madonna no Rio de Janeiro, que teve custos estimados em dezenas de milhões de reais, o prefeito destacou que um investimento desse porte não seria bem recebido pela população soteropolitana. Segundo ele, mesmo com retorno econômico, a aplicação direta de dinheiro público em cachês elevados gera resistência.

“Se eu pagasse aqui um cachê de R$ 40 milhões, isso não seria bem recebido. As pessoas não entendem com facilidade você pagar um cachê desse valor, mesmo explicando o retorno que isso dá para a cidade”, afirmou Bruno Reis.

Impacto econômico e estratégia adotada

Apesar da posição contrária ao pagamento direto de grandes cachês, o prefeito reconheceu que shows internacionais impulsionam a economia, atraem turistas e movimentam setores como hotelaria, bares, restaurantes e transporte. Como exemplo, ele citou o show do Guns N’ Roses, programado para Salvador, que já teria vendido cerca de 70% dos ingressos, sendo aproximadamente 20% para pessoas de fora da cidade.

Segundo Bruno Reis, a estratégia da gestão municipal é estimular esse tipo de evento sem contratação direta, priorizando parcerias com a iniciativa privada. Entre as medidas adotadas estão isenções de taxas e incentivos indiretos, previstos em decreto municipal que regulamenta eventos de grande porte.

“Nós vamos iniciar isentando algumas taxas, como forma de estimular esses eventos internacionais que geram receita para a cidade”, explicou.

Expectativa para 2026

O prefeito também destacou que a entrega da nova arena multiuso de Salvador, prevista para outubro de 2026, deve facilitar a chegada de grandes atrações internacionais. O equipamento contará com infraestrutura moderna, maior capacidade de público e tratamento acústico adequado.

“Com a arena pronta, vai ficar mais fácil estimular esses eventos em parceria com a iniciativa privada”, disse Bruno Reis, acrescentando que já há empresários articulando novas atrações internacionais para os próximos anos.

Por fim, o gestor reforçou que cada cidade possui uma realidade fiscal distinta e que, em Salvador, a prioridade será sempre equilibrar investimentos culturais com responsabilidade no uso dos recursos públicos.