Brasil substitui papanicolau por exame de DNA-HPV no SUS

Ministério da Saúde inicia a substituição do papanicolau por exame de DNA-HPV, mais preciso e eficaz na prevenção do câncer de colo do útero

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Brasil substitui papanicolau por exame de DNA-HPV no SUS
Foto: João Risi/ Min. da Saúde

O Ministério da Saúde deu início, na última sexta-feira (15/08), à implementação do novo exame de DNA-HPV no SUS, que vai substituir gradualmente o tradicional papanicolau no rastreamento do câncer de colo do útero em mulheres de 25 a 64 anos.

A nova tecnologia, considerada mais precisa, detecta 14 tipos do papilomavírus humano (HPV) com alto potencial cancerígeno. O exame será o teste primário, enquanto o papanicolau ficará reservado para confirmação de resultados positivos.

A transição já começou em 12 regiões: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Bahia, Pará, Rondônia, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco e o Distrito Federal. A meta é alcançar todo o território nacional até dezembro de 2026, beneficiando mais de 7 milhões de mulheres por ano.

Como funciona o novo exame de DNA-HPV

O processo de coleta se mantém semelhante ao do papanicolau: uma amostra da secreção do colo do útero é retirada. A diferença está na análise: agora, o material é colocado em um líquido conservante e enviado para laboratórios especializados, que identificam o DNA viral, mesmo antes de surgirem alterações celulares.

Segundo o Ministério da Saúde, o exame de DNA-HPV pode detectar o vírus com até 10 anos de antecedência em relação às lesões visíveis no papanicolau, o que permite tratamento precoce e reduz significativamente o risco de mortalidade.

A análise será feita com base na infraestrutura de biologia molecular criada durante a pandemia da Covid-19, o que garante rapidez na entrega dos resultados e agilidade no início do tratamento.

Tecnologia brasileira com padrão internacional

Desenvolvido pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná (Fiocruz), o exame foi aprovado pela Conitec, que considerou sua precisão superior à do método tradicional. Organismos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), já recomendam o DNA-HPV como padrão ouro no rastreamento da doença.

Países como Reino Unido, Espanha e Portugal levaram três anos para implementar a transição. No Brasil, graças à estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS), o processo será mais rápido, afirma o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

HPV: principal causa do câncer de colo do útero

O HPV é uma infecção sexualmente transmissível silenciosa, que atinge pele e mucosas, principalmente na região genital. Embora assintomática na maioria dos casos, é responsável por cerca de 17 mil casos de câncer de colo do útero por ano no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), com 20 mortes diárias.

Além do exame de rastreio, a vacinação contra o HPV continua sendo uma ferramenta fundamental. Disponível no SUS, é aplicada em dose única em meninas de 9 a 14 anos e em grupos específicos até os 45 anos, como imunossuprimidos.

Diagnóstico mais rápido, mais vidas salvas

Com o novo modelo de rastreamento, mulheres com exame negativo poderão repetir o teste apenas a cada cinco anos, reduzindo intervenções desnecessárias e otimizando recursos do sistema de saúde.

A combinação entre vacinação e rastreamento com DNA-HPV pode acelerar a meta de erradicação do câncer de colo do útero como problema de saúde pública até 2030, conforme meta da OMS.

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