Brasil pode virar potência global dos minerais críticos

Relatório do Ipea aponta que investimentos recentes e avanço na pesquisa geológica podem colocar o Brasil entre os líderes mundiais na produção de minerais essenciais à transição energética

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Brasil pode virar potência global dos minerais críticos
Foto: Gil Leonardi/ Agência Minas

Um novo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que o Brasil está prestes a dar um salto estratégico na produção de minerais críticos, recursos fundamentais para setores como tecnologia, defesa e, principalmente, transição energética. Apesar de possuir cerca de 10% das reservas mundiais desses minerais, o país ainda não havia convertido esse potencial em produção robusta, mantendo-se distante de grandes players como Austrália, China, África do Sul e Chile.

Os minerais críticos incluem elementos como lítio, níquel, cobalto e terras raras, indispensáveis para a fabricação de baterias de veículos elétricos, turbinas eólicas, painéis solares e semicondutores. A demanda global por esses materiais cresce rapidamente, impulsionada pelo avanço das energias limpas e pela corrida tecnológica internacional.

O estudo, intitulado “Qual a importância do Brasil na cadeia global de minerais críticos da transição energética? Uma análise sobre reservas, produção, comércio exterior e investimentos”, foi elaborado pelos pesquisadores Rafael da Silveira Soares Leão, Mariano Laio de Oliveira e Danúbia Rodrigues da Cunha, em cooperação com a Agência Nacional de Mineração (ANM).

Segundo o levantamento, a participação brasileira no comércio internacional de minerais críticos foi modesta nas últimas duas décadas, reflexo de incertezas regulatórias e baixo investimento no setor. No entanto, os pesquisadores destacam que o cenário está mudando. Nos últimos anos, houve expansão nos investimentos em capital físico e retomada significativa das pesquisas geológicas, alinhadas às tendências globais.

“Os novos investimentos parecem preparar o país para um ciclo virtuoso de expansão da produção”, aponta o relatório.

O estudo alerta, porém, que as expectativas precisam ser realistas. A cadeia produtiva da mineração brasileira representou, entre 2000 e 2019, entre 0,75% e 2% do PIB, variando de acordo com o ciclo de preços internacionais — especialmente do minério de ferro, que ainda responde por mais de dois terços da atividade mineral do país.

Mesmo assim, os pesquisadores indicam que um novo ciclo de investimentos já está em curso, com potencial para elevar o Brasil a um novo patamar de competitividade global. Caso o país aprove a oportunidade, poderá se tornar um dos líderes da mineração estratégica mundial e peça-chave na transição para uma economia de baixo carbono.

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