Brasil cria comitê da pesca esportiva e amadora
Novo Comitê Nacional busca organizar a pesca esportiva no Brasil, que já movimenta mais de R$ 1 bilhão ao ano e emprega milhares de brasileiros

A criação do Comitê da Pesca Amadora e Esportiva foi publicada no Diário Oficial da União e representa uma virada estratégica no setor pesqueiro nacional. Ligado ao Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), o novo órgão surge com a missão de desenvolver políticas públicas para a pesca não comercial, promovendo inclusão, sustentabilidade e oportunidades econômicas.
De acordo com a portaria MPA nº 478, o Comitê integra o Conselho Nacional de Aquicultura e Pesca (Conape) e terá papel central na formulação de diretrizes que estimulem o crescimento da pesca esportiva e amadora, modalidade que atrai mais de 7 milhões de praticantes no Brasil.
Impacto Econômico e Geração de Empregos
A Confederação Brasileira de Pesca Esportiva (CBPE), com base em dados do Sebrae, afirma que o segmento gera mais de 200 mil empregos diretos e indiretos e movimenta cerca de R$ 1 bilhão por ano. Segundo a secretária-executiva do Conape, Adriana Toledo, o Comitê traz “governança e estabilidade” para um setor com enorme potencial de crescimento.
“O Comitê permitirá maior organização, geração de renda e promoção de eventos de grande porte no país”, afirmou Régis Portari, presidente do Comitê e secretário-executivo da CBPE.
Inclusão e Diversidade na Pesca
O Comitê também visa ampliar a representatividade feminina na pesca esportiva. Segundo Hellen Pontieri, diretora da CBPE, eventos como o “Anzol Rosa”, maior encontro de pescadoras da América Latina, mostram o avanço das mulheres no setor.
“A diversidade fortalece o segmento, trazendo inovação e engajamento”, destaca Hellen.
Pesca Esportiva em Números
- Em 2024, mais de 330 mil licenças foram emitidas para pescadores esportivos.
- Os estados com mais registros são São Paulo (57,5 mil) e Minas Gerais (50,1 mil).
- A temporada de pesca no Amazonas movimenta quase R$ 200 milhões por ano.
A atividade é definida pela Lei 11.959/2009 como não comercial, com a prática do “pesque e solte”. A regulamentação garante a proteção da fauna aquática e o desenvolvimento do turismo de pesca sustentável, especialmente em regiões como Amazônia e Pantanal.
Educação, Sustentabilidade e Futuro
O engenheiro carioca Zenizir Rodrigues representa o novo perfil de praticantes da pesca esportiva: técnico, consciente e preocupado com o impacto ambiental. Ele defende que a pesca esportiva seja tratada com profissionalismo e que o Comitê seja a ponte entre desenvolvimento e preservação.
“O que precisa ser amador é o pescador. A pesca esportiva tem que ser profissional”, afirma Rodrigues.
Fonte: Agência Brasil
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