Bolsonaro admite ter discutido estado de sítio com comandantes militares após derrota eleitoral

Em uma revelação que promete alimentar ainda mais as tensões políticas no país, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou que discutiu com comandantes das Forças Armadas a possibilidade de decretar estado de sítio após as eleições de 2022. A declaração foi feita durante entrevista ao Canal UOL nesta quarta-feira (14).
Segundo Bolsonaro, a ideia surgiu em um momento de frustração, após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitar os recursos apresentados por seu partido, o PL, que contestavam o resultado das urnas — que deram vitória ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“É o meu círculo de amizade, eu fui militar”, justificou o ex-presidente, tentando minimizar o peso de suas conversas com altos oficiais.
Durante a entrevista, Bolsonaro também voltou a disparar críticas contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), figura central nos inquéritos que investigam a tentativa de abalar a ordem democrática.
Referindo-se ao episódio em que foi encontrado um rascunho de decreto de estado de defesa na residência do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, Bolsonaro ironizou: “Acharam um pedaço de papel na casa dele. Se eu fosse professor de Direito Constitucional, eu daria zero para ele [Moraes]”.
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