Baixa estatura aumenta risco de diabetes na gestação: entenda
Nova pesquisa japonesa mostra que mulheres com menor estatura têm mais chances de desenvolver diabetes gestacional. Entenda os motivos e saiba como prevenir

Uma nova pesquisa da Universidade de Osaka, no Japão, trouxe à tona uma descoberta surpreendente: mulheres de baixa estatura apresentam um risco significativamente maior de desenvolver diabetes gestacional durante a gravidez.
De acordo com os cientistas japoneses, essa condição metabólica — provocada por alterações hormonais que interferem na ação da insulina — é mais frequente entre gestantes com estatura reduzida. O estudo foi publicado na revista científica National Library of Medicine e reforça dados de uma meta-análise de 2019 que envolveu mais de 120 mil mulheres grávidas. Nela, descobriu-se que, a cada 5 cm a mais de altura, o risco de desenvolver diabetes gestacional caía aproximadamente 20%.
A ginecologista e obstetra Bárbara Freyre, da Clínica Trinita (Brasília), explica que essa associação pode ter raízes no desenvolvimento físico durante a infância. “A baixa estatura pode ser resultado de restrições no crescimento fetal ou desnutrição nos primeiros anos de vida, o que compromete órgãos como o pâncreas e predispõe à resistência insulínica”, afirma.
Além disso, segundo a endocrinologista Érika Fernanda de Faria, do Hospital Santa Lúcia, mulheres mais baixas tendem a ter menos massa muscular — fator que também afeta a absorção de glicose no sangue. “O músculo é o principal responsável pela captação da glicose. Menor massa muscular pode significar maior resistência à insulina”, destaca.
Diabetes gestacional: o que é e como prevenir
A diabetes gestacional é uma condição que afeta entre 3% e 25% das gestações no mundo, podendo provocar complicações tanto para a mãe quanto para o bebê. Entre os principais fatores de risco, além da baixa estatura, estão:
- Sobrepeso ou obesidade;
- Histórico familiar de diabetes tipo 2;
- Idade materna avançada;
- Ovários policísticos;
- Gestação múltipla (gêmeos ou mais);
- Bebês anteriores com peso elevado ao nascer (macrossomia).
Apesar dos riscos, a boa notícia é que é possível reduzir significativamente as chances de desenvolver a doença com mudanças no estilo de vida.
“A prevenção começa antes da concepção. Alimentação balanceada, controle do peso e prática regular de atividade física são fundamentais. Durante a gestação, o acompanhamento pré-natal deve ser rigoroso e personalizado”, recomenda a endocrinologista.
Atenção redobrada para quem tem mais fatores de risco
A Endocrine Society, organização internacional especializada em doenças hormonais, reforça a importância do rastreio precoce da glicemia em mulheres com perfil de risco — como as mais baixinhas.
Portanto, se você está planejando engravidar ou já está gestante e se enquadra nos fatores de risco, converse com seu médico sobre exames e cuidados especiais.
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