Bahia bate recorde histórico e conquista 28 medalhas nas Paralimpíadas

A Bahia encerrou sua participação na 15ª edição das Paralimpíadas Escolares com um desempenho histórico, assegurando 28 medalhas e superando o maior número de conquistas já obtido pelo estado na etapa nacional paralímpica. O evento, considerado o maior do mundo para estudantes com deficiência em idade escolar, reuniu mais de dois mil atletas de todo o Brasil no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, em São Paulo, entre 17 e 28 de novembro.
A Força Baiana em Múltiplas Modalidades
A delegação baiana, composta por 27 estudantes atletas, marcou presença nas duas semanas de competição. As 28 medalhas foram distribuídas em cinco modalidades: atletismo, goalball, tênis de mesa, bocha e parabadminton. O apoio logístico e financeiro à delegação, composta por mais de 40 integrantes (incluindo técnicos e profissionais de saúde, como médico e fisioterapeuta, novidade nesta edição), foi custeado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Educação e da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb).
Entre os destaques individuais, a delegação baiana brilhou com:
- Kethiley Emamuely (Remanso): Três medalhas de ouro no atletismo (100m, 60m e 200m).
- Jonas Gustavo (Parabadminton): Um ouro e um bronze.
- Stephany Luna (Bocha Paralímpica): Uma medalha de ouro.
Estreantes e Sonhos no Pódio
O desempenho histórico também foi marcado por histórias inspiradoras de estreantes. O jovem Ryan Aparecido Ribeiro, de 14 anos, representante de Licínio de Almeida, participou pela primeira vez da etapa nacional e retornou para casa com duas medalhas de prata no tênis de mesa (dupla e individual).
“Para mim, foi incrível participar dessa competição. Foi uma experiência inesquecível. Tinha muito pouco tempo de prática, mas mesmo assim volto para casa com duas medalhas de prata. Estou muito feliz e seguirei treinando para retornar no próximo ano ainda mais preparado”, prometeu Ryan, que sonha em conciliar o esporte com a carreira de advogado ou juiz.
O pai de Ryan, Aparecido Ribeiro, não escondeu o orgulho. “Sinto uma alegria especial em ver meu filho tão feliz e se destacando no esporte. Foram muitos e enormes desafios enfrentados até chegarmos aqui. Mas valeu a pena”, disse.
Outro estreante, Carlos Alberto Neto, da bocha, celebrou a realização de um sonho, acompanhado de sua mãe, Jucileide dos Santos, para quem a viagem foi uma “terapia” e uma “nova experiência”.
Crescimento e Metas Futuras no Paradesporto
O crescimento notável é resultado de um trabalho coletivo, conforme destacou o chefe da delegação e coordenador do Centro de Referência Paralímpico Bahia, Wilson Brito. Ele ressaltou a parceria entre diversas instituições públicas e privadas, como a Sudesb, a Secretaria da Educação, o Instituto dos Cegos e fundações de saúde.
“Considero um avanço a conquista de 28 medalhas, número superior a edições anteriores, que ficaram sempre abaixo de 20. Esse resultado também é reflexo de um processo que vem sendo consolidado”, observou Brito.
O coordenador do Núcleo do Paradesporto da Sudesb, Adelmare Júnior, reforçou que o estado triplicou o número de atletas em comparação ao ano anterior, destacando o foco na inclusão esportiva.
“A faixa escolar é a base do alto rendimento, dos futuros atletas paralímpicos, e nosso objetivo é aumentar ano a ano a participação baiana nas Paralimpíadas Escolares e também a inclusão de PCDs no esporte de um modo geral”, afirmou Adelmare.
A meta anunciada pelo professor Wilson Brito para a edição de 2026 é ambiciosa: “a nossa meta é levar 50 atletas para etapa nacional das Paralimpíadas Escolares”.



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