Aprovação do Papa Leão XIV no Brasil é tímida, revela pesquisa

Apenas 38% dos brasileiros aprovam os primeiros 100 dias do pontificado do Papa Leão XIV, segundo levantamento realizado pelo instituto Ipsos-Ipec, divulgado neste domingo (17). O índice inclui 14% de avaliação “ótima” e 24% “boa”. Outros 28% classificam sua atuação como “regular”, enquanto 5% consideram ruim ou péssima.

No entanto, o que mais chama a atenção na pesquisa é o número elevado de brasileiros que ainda não têm opinião formada sobre o novo papa: 29% afirmaram não saber ou preferiram não responder. Esse dado revela que o Papa Leão XIV ainda está sob avaliação da população brasileira, mesmo após três meses de pontificado.

Católicos aprovam mais que evangélicos

Quando o recorte é feito por religião, os católicos demonstram maior aprovação: 54% avaliam o papa de forma positiva, sendo 21% “ótima” e 33% “boa”. Já entre os evangélicos, a aprovação cai para 22%, com apenas 8% considerando sua atuação como “ótima”. Além disso, 41% dos evangélicos disseram não ter opinião sobre o novo pontífice.

Polarização política também influencia percepção

O apoio ao Papa Leão XIV também varia de acordo com a posição política dos entrevistados. Entre os brasileiros que aprovam o governo Lula, 55% veem o papa de forma positiva. Entre os que votaram no atual presidente em 2022, o índice é de 46%. Em contraste, entre os eleitores de Jair Bolsonaro, o percentual de aprovação ao papa cai para 33%.

Esses dados reforçam como a política influencia até mesmo na avaliação religiosa de figuras globais como o líder da Igreja Católica.

Continuidade com o Papa Francisco é percebida

Questionados sobre a direção do novo papado em relação ao do Papa Francisco, 45% dos brasileiros enxergam continuidade. Apenas 18% notam alguma mudança, enquanto 9% acreditam que houve uma grande mudança.

A visão de continuidade é mais forte entre os católicos (51%) e entre eleitores de Lula (50%). Já entre os eleitores de Bolsonaro, o número cai para 41%.

A aprovação do Papa Leão XIV no Brasil mostra-se tímida nos primeiros 100 dias, especialmente considerando o peso da Igreja Católica no país. O alto número de indecisos indica que muitos ainda acompanham seu pontificado com cautela, aguardando ações mais concretas ou sinais mais claros de sua liderança espiritual e política.